domingo, 7 de fevereiro de 2016

Crítica: Quarteto Fantástico


  |  Por André Gordirro
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Exatos dez anos depois do decepcionante Quarteto Fantástico de Tim Story, surge outra decepção, agora assinada por Josh Trank, de Poder Sem Limites. O sujeito simplesmente conseguiu a façanha de ser demitido de dirigir um dos filmes derivados de Star Wars (“Rogue One”) pelo comportamento nas filmagens deste novo Quarteto Fantástico, cujo produto final dá a exata medida da produção turbulenta. A Fox só levou o projeto adiante porque estava prestes a perder os direitos sobre os personagens (que voltariam para a Marvel — como teria sido bom), e o resultado é um produto apressado, mal amarrado, com soluções narrativas escritas nas coxas (em meio a algumas boas ideias, há que se destacar).
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A duração de 100 minutos e a estrutura do roteiro lembram mais o piloto de uma série da CW (Arrow, Flash) do que o “épico de ficção científica de super-heróis” que o marketing quer vender. No fim das contas, a seleção de elenco completamente equivocada (o magrelo baixinho Jamie Bell como Ben Grimm? O apagado Toby Kebbell como Dr. Destino?) é o menor dos problemas de um filme que não empolga, mas pelo menos é suficientemente curto para não irritar, nem deixar tão evidente a confusão de ponta a ponta. A intenção original seria disparar um raio christophernolanizador no Quarteto Fantástico, torná-lo mais adulto, mais sci-fi, mais realista, mas o que saiu foi um arremedo de seriado de TV. E não importa o verniz de seriedade: o poder de esticamento do Sr. Fantástico continua visualmente ridículo.
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Nesta versão que tem pouquíssimo a ver com o Quarteto Fantástico consagrado, Reed Richards (Miles Teller) é um adolescente prodígio descoberto em uma feira de colégio (hã?) para trabalhar em um projeto de deslocamento dimensional. Neste momento, o enredo não encontra mais papel para Ben Grimm (Jamie Bell), seu amigo de infância, e o personagem é descartado até ser reintroduzido de maneira forçada na história. Reed trabalha com outros dois cientistas, Sue Storm e Victor Von Doom (Kate Mara e Toby Kebbell), até aí ok, e do nada surge o mecânico Johnny Storm (Michael B. Jordan) para se juntar a uma equipe de gênios. O roteiro claramente não sabe o que fazer com Ben e Johnny, dois ignorantes naquele cenário de super-ciência, e simplesmente enfia os dois na trama sem muita justificativa lógica. A partir do acidente que dá ao Quarteto Fantástico os poderes conhecidos por todos, o filme deixa ainda mais evidente os problemas do roteiro e produção feitos às pressas, e não elabora questões básicas como a reação dos personagens diante do que se tornaram — uma decisão de Reed Richards, por exemplo, não só desafia a lógica, como trai o espírito do personagem, e suas consequências não são devidamente exploradas.
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Finalmente, há o obrigatório embate com o Dr. Destino, que ora tem poderes dignos do Dr. Manhattan, e ora esquece de usá-los quando convém que apanhe dos heróis. Nada original, o cenário final é uma mistura do Mundo Sombrio de Thor 2 com o raio espacial do epílogo de Os Vingadores. Enquanto o vilão toma sua surra obrigatória, fica a surpresa de que o filme já está para acabar, e tudo é amarrado rapidinho, como uma escola de samba que mete o pé para não perder pontos por estourar o prazo do desfile. Fica a sensação de que o novo Quarteto Fantástico é um samba do cientista doido

FONTE JOVEMNERD.COM.BR

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